Terça-feira, 2 de Junho de 2009

apenas mais uma “explicação”

mal ouvi a campainha tocar fiquei logo nervosa – que raio se passa comigo – pensei para comigo – tu estás louca ou a enlouquecer? é apenas um miúdo, como te pode ele por assim só por olhar para ti?. prometi a mim mesma não pensar no assunto e dedicar-me com o profissionalismo possível à missão que tinha pela frente, “explicar”.

abri-lhe a porta quase sem respirar mas, na verdade, ele entrou normalmente e sem me olhar de cima a baixo como na vez anterior e rapidamente perguntou se podíamos ficar na mesa da sala porque precisava de escrever – boa! – pensei eu – ele deve ter percebido a figura que fez da outra vez e deixou-se de brincadeiras. na realidade penso que ele estava realmente nervoso, creio que precisava mesmo de ajuda, ao contrário do dia anterior, e fomos directos ao assunto.

debatemo-nos por algum tempo com as dúvidas dele e aquela hora passou a voar – tem mais tempo para mim? – perguntou ele olhando para o relógio – tem?! – pensei eu de imediato – sacana do puto agora já me trata por “senhora”, sou alguma velha ou quê?sim, quer dizer, se ainda tiveres mais dúvidas e precisares do meu apoio podemos continuar.

ligou à mãe a explicar a situação não fosse ela não concordar e pensar que era eu que estava a tentar “fazer render o peixe” e lá continuamos com os estudos. passados uns 20 minutos chegamos a uma conclusão e ele finalmente percebeu a matéria e esclareceu as dúvidas. desculpe! se soubesse que não iria demorar tanto nem lhe tinha pedido mais uma hora, assim deve ter perdido algum compromisso por minha causa, desculpe!não, nada disso, se aceitei foi porque não tinha nenhum compromisso e já agora podes (e deves) tratar-me por “tu”, ou pareço-te assim tão velha?velha? não, não, nada disso, desculpa, não quis ofender!eu sei que não, estava a brincar contigo.

posso beber um copo de água?ah claro, desculpa, nem te ofereci nada, que cabeça a minha! levantei-me e fui até à cozinha – queres mesmo água ou preferes outra coisa? - @#%^* - o que disseste? – perguntei eu – nada nada, água está óptimo, tenho mesmo é sede! – ele tinha claramente dito alguma coisa e não era o que me respondeu depois mas achei melhor não pegar no assunto.

olha, posso pedir-te uma coisa? – disse ele – sim, o que se passa?nada de mais era só que se realmente não tens nenhum compromisso eu ficava aqui mais uns minutos só para não ir já para casa, é que disse à minha mãe que ia precisar de mais tempo e se chegar cedo ela vai chatear-me a sérioah ah, ok, não tem problema, também estou a precisar de companhia. vives sozinha? – disse ele com cara de espanto -  sim, vivo, porquê?não, pensava que moravas com algum namorado ou marido, sei lá!sorri, não, não sou casada! – depois de uma pausa de alguns segundos retorquiu – mas não deve ser por falta de candidatos! – sorri novamente e não disse nada, na verdade aquele tipo de “piropos” inocentes até estavam a ter a sua piada.

senti novamente aquela sensação do dia anterior em que parecia que a cada olhar ele me despia, aquele miúdo estava a “comer-me” com os olhos, mas porquê, porquê eu? deve haver na escola dele umas 100 miúdas da idade dele bem mais “apetitosas”, decidi ver até onde ia, mas sem exagerar nas provocações ou ser muito descarada mas um simples descruzar de pernas (simples e não ao estilo sharon stone) ou o colocar de um pé apoiado mais alto no apoio da cadeira foi mais do que suficiente para que os seus olhos se fixassem nas minhas coxas e o deixasse quase a suar ;)

que é que este miúdo pensará da vida – cheguei a questionar-me – se eu lhe der um sopro ele cai como um castelo de cartas. confesso que essa ideia de poder ou de controlo absoluto me chegou a pensar em algo mais abusado, mas a consciência falou mais alto e consegui recalcar os meus instintos.

olha, não te estou a querer mandar embora mas acho está na tua horaah, pois, está, como o tempo passa! – respondeu ele com uma voz meio gaguejante – pegando lentamente nas coisas que trouxe foi arrumando e por fim levantou-se para sair, percebi rapidamente o porquê de tanta demora, ele estava nítida e visivelmente excitado, era impossível de esconder o “alto” dentro das suas calças de fato-de-treino, fingi que não reparei e conduzi-o à porta. ele tapando como pode com os livro o que se passava lá se foi despedindo. já fora da porta disse – ah, olha, já me ia esquecendo, para a semana não venho, faço anos e fazer 18 anos é só uma vez!sim, tens razão, aproveita bem então o que te resta dos 17 então, a partir da próxima semana a tua vida muda e muito, vai por mim que eu sei!

sinto-me: confusa qb
publicado por diariodeumamulhermadura às 12:20

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Terça-feira, 26 de Maio de 2009

miúdos, temos que lhes dar um “desconto” porque não sabem o que fazem

há dias sem saber muito bem como nem porquê recebi uma chamada de uma antiga vizinha minha noutra casa onde morei. a senhora, dos seus cinquentas, divorciada e com um filho na casa dos 17 ou 18 anos, pedia-me ajuda por causa do filho – sabe, ele precisava de alguém com mais estudos que eu que lhe desse assim uma ajudinha agora por causa dos exames nacionais – dizia-me ela no meio de lamúrias.

lá tentei explicar à senhora que eu também não sou grande estudiosa daquelas matérias, mas ela não desistiu – ah mas não se preocupe que eu pago-lhe – dizia ela – não tenho muito para dar mas também não quero que trabalhe de borla.

depois pensei – eh pá, isto agora está mau de dinheiro para todos e mais uns euros dão sempre um certo jeito – e lá procurei saber realmente o que é que ela realmente queria de mim. não achei que fosse algo muito complicado e aceitei, o que ela estava disposta a pagar até nem era assim tão pouco e lembrei-me que noutros tempos ela também me fez alguns favores.

o problema desta questão está em que me esqueci que tinha combinado isso com ela e estava eu já pronta para me estender no sofá quando me tocam à campainha – estranho – pensei, a uma hora destas, quem será? – do outro lado uma voz dizia quem era e que vinha por causa da explicação – explicação? – perguntei eu – sim, a minha mãe falou consigo no outro dia – e só ai me lembrei do filho da ex-vizinha.

mandei-o subir enquanto me ajeitava e pensava onde iria dar a explicação, não tinha pensado em nada previamente mas agora não havia nada a fazer. ao abrir a porta dei com um miúdo já bem crescido, se não soubesse quem era nem o reconheceria.

instalamo-nos no sofá e começamos a conversar sobre que problemas tinha ele e como eu o poderia ajudar . ele respondeu-me logo que não tinha grandes problemas com os estudos mas que a mãe é que insistia para que ele tivesse explicações para melhorar as notas e preparar para os exames.

dei uma olhada nas coisas que trazia e não achei realmente nada de muito complicado, na minha altura de estudante a matéria era bem mais complicada que agora mas ainda bem, assim não correria o risco de passar vergonhas como “explicadora de improviso”. reparei que enquanto via as matérias e os livros que trouxe que ele não tirou os olhos de mim e isso estava de certa forma a incomodar-me e a pôr-me nervosa. olhava-me de cima a baixo como se me tivesse a tirar medidas para um fato e nem quero pensar no que iria naquela cabecinha de teenager mas o que é certo é que fiquei algo desconfortável com a situação.

pus mãos ao trabalho e comecei a “explicação” propriamente dita pois aquela situação estava a tirar-me do sério, coisa que eu detesto. durante a explicação notei que por várias vezes me olhou e me mirou de forma mais ou menos discreta e chegando mesmo numa das ocasiões e encostar-se a mim. levantei-me e fui buscar um copo de água, perguntei-lhe se queria algo e ele sorriu com um ar “malandreco” e disse que não, ao voltar a sentar-me foi notória a tentativa dele de me espreitar para dentro da saia, os olhos dele viajaram rapidamente na minha direcção como setas. cheguei a pensar em confrontá-lo com aquela situação desagradável mas após pensar 1 minuto decidi não o fazer.

finalmente chegou a hora de terminar, estava a ver que o tempo não passava e os minutos pareciam-me intermináveis. na hora da despedida disse-lhe – vê lá melhor com a tua mãe, se achas que não precisas da explicação é melhor dizeres-lhe isso para ela não gastar dinheiro e tu tempo à toa – ao que ele me respondeu com o mesmo sorriso malandro dizendo – não, ela é capaz de ter razão, a explicação é capaz de ser boa ideia e com uma explicadora tão boa aprende-se logo mais.

engoli em seco mas não quis dar “parte fraca”, fingi que não percebi a ênfase que deu ao “boa”. sorriu novamente e disse – txau, até para a semana.

fechei a porta e fiquei a pensar - estes miúdos de hoje em dia acham que uma mulher feito eu também é “peixe para o gato” deles. mas temos que lhes dar um “desconto”, coitados, ainda não sabem o que fazem.

banda sonora: duffy - mercy
sinto-me: que mais me faltará acontecer
publicado por diariodeumamulhermadura às 14:01

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