a miúda é toda dessas ondas “alternativas” tem imensos piercings visíveis e, pelos vistos. alguns não tão visíveis assim, bem como imensas tatuagens.
mas se a conversa começou por aí foi caminhando a passos largos para outros campos bem mais íntimos e privados, se é que já não é intimo e privado dizer-se que se pôs um piercing no clítoris. a miúda (alguns anos mais nova que nós) chegou ao ponto de admitir que adora a “dor” ou melhor dizendo, que a “dor” física (bem aplicada – segundo ela) pode ser uma fonte enorme de prazer, chegando ao ponto de aplicar a frase: “não há nada melhor que uma boa dose de dor para nos fazer atingir o máximo prazer”. ficamos todas de queixo caído, sem saber muito bem o que dizer mas logo a “su” com a sua curiosidade (que normalmente mata o gato) quis saber mais e mais.
mas como é isso? gostas de sm é isso? gosto! – os nossos olhos quase saltaram das orbitas – mas não desse sm que se vê por aí pela net ou em filmes, aquilo é muita encenação e teatro e por vezes para atingirmos o prazer não precisamos de tantos exageros. um exemplo - quem não gosta de uns bons “tapinhas”? fez-se silencio e olhamos todas umas para as outras e rimos. pois é, todas gostamos e não só nós, eles também! experimentem a dar-lhe uns bons “tapinhas” se querem ver como eles saltam. eu foi por aí que comecei e não me arrependi, depois foi uma questão de curiosidade e de ter um companheiro com os mesmos interesses e curiosidades e claro também há coisas que eu não gosto, a sensação de sufocação por exemplo, há pessoas que adoram isso, têm orgasmos brutais com a sensação mas eu detesto, experimentei uma vez e jurei para nunca mais. gosto de coisas mais simples, umas molinhas por exemplo nos mamilos e mesmo nos lábios uns “tapinhas” com mais ou menos força entre outras coisas.
a esta altura comecei a pensar que a minha depilação era “coisa de meninas” comparada com os relatos desta miúda e ela falava com uma convicção impressionante. guardei toda esta informação na minha cabecinha, nunca se sabe quando pode ser precisa ;)
e o piercing? – não resisti a perguntar. olhem, é realmente doloroso, mas só por breves segundos e também porque escolhi o método mais tradicional de o fazer, há formas mais soft. depois a sensação é apenas de dormência e passados 2 dias já nem nos lembramos que o temos ali. quanto à sensação em acção ainda não testei, ainda está muito “fresco” para essas andanças ;)
a caminho de casa fui a pensar, realmente é verdade, aprendemos mesmo até morrer e eu não quero morrer nem nova nem estúpida portanto, tenho que pensar seriamente no assunto ;)
a maioria de nós não conseguiu chegar claramente a uma linha de separação, afinal o que separa o “sensual” do “sexual”? até que ponto a sensualidade não é apenas um apelo à sexualidade? podemos separar as duas coisas? ou estarão eles sempre juntas caminhando paralelamente?
muitas questões para poucas respostas, a verdade é que horas de debate revelaram-se verdadeiramente inconclusivas havendo claro opiniões divergentes sobre o assunto. mas o interessante é que no que toca à divisão das águas, os homens claramente definiam-se como mais “sexuais”, preferindo as mulheres serem mais “sensuais”, será apenas uma questão de terminologia ou de géneros?
achei que o tema tinha tudo a ver com o post de ontem onde falei sobre a forma como a sociedade e nós próprias reprimimos a nossa sexualidade, não será a terminologia “sensual” uma palavras mais “soft” para definir o carácter sexual das mulheres que não se querem definir como tal?
uma das amigas que mais “luta” deu ao termo “sexual” chegou mesmo a definir ser “sensual” como ter “sex appeal”, não será uma contradição? ou será apenas mais uma constatação de que ser “sensual” é irremediavelmente ser “sexual”.
eu, acho que sim, acredito que sim e assim penso e me considero, sou “sensual” quando faço apelo ao “sexual”, quando compro lingerie “sexy” compro para mim, para me sentir bem comigo e na minha sexualidade, mas talvez as mulheres ainda tenham mesmo dificuldades em assumir esse ponto, a sua própria sexualidade, pelo menos é esta a minha opinião...