toca o telemóvel, pelo som que vem da mala só pode ser a “su”. tou, olá, tudo bem? sim, tudo, olha, onde é que vamos jantar hoje? jantar hoje? porquê? hellooo, estás a brincar comigo, certo? brincar, porquê? que dia é hoje? sei lá! deixa-me ver. eu não acredito! não me digas que te esqueceste? completamente, eu só posso estar a ficar louca. estás estás, estavas era a ver se eu não me lembrava. onde é que vamos? sei lá, a sério que não me tinha lembrado. pensas tu e dizes-me. não, nada disso, a aniversariante és tu. então, espera lá, queres ir ao italiano, àquele perto da praia? claro que sim! ok então vou tentar marcar mesa e já te digo a hora.
pois é, a minha cabeça andava mesmo a quilómetros de distância, com o trabalho e cansaço esqueci-me que fazia anos. ou será que o meu subconsciente me tinha feito esquecer propositadamente a data por estar a mudar de algarismo das dezenas? sinceramente não sei, mas confesso que interrompi por uns momentos o trabalho e pensei, bolas, já. já vou fazer 30 anos. que é que aconteceu desde os 25 que eu não me lembro de nada, olha, vou passar a ser “trintinha” ;) ri-me sozinha e voltei ao trabalho.
combinei a hora com a “su” no restaurante e saí do trabalho à pressa para ter tempo ao menos de tomar banho e por algo mais decente para tão célebre comemoração.
atrasada como quase sempre, lá cheguei. a “su” já lá estava à espera para me dar os parabéns, chiu, disse-lhe eu. ainda alguém ouve e me perguntam quantos faço. achas? e não me digas que tens vergonha de fazer 30 anos? vergonha não tenho, mas parece que fui apanhada de surpresa, não estava nada à espera. deixa-te disso, vamos mas é jantar.
o jantar foi óptimo e muito bem regado com vinho e as conversas da ordem, no final do jantar ela entrega-me um saco de embrulho e diz-me: toma! é para ti, espero que gostes! mal agradeci comecei logo a querer abrir aquilo à força e com a maior rapidez possível (sou viciada em abrir prendas, não aguento mesmo) a “su” põe a mão por cima como que me acalmando e dizendo: cuidado que pode ser que não queiras tirar assim para fora do embrulho. e tinha razão, se não fosse isso tinha apanhado mais uma vergonhaça, era um body preto, lindíssimo, em transparência mas não rendado (como ela sabe que eu gosto) bem cavado e fio-dental, vinha acompanhado de um cartãozinho que dizia, espero que te fique “a matar” e que com ele vestido ou já despido tenhas muitas alegrias ;) assinado “su”.
muito bom amiga, adorei, a prenda e a mensagem. mandei vir uns “limoncellos” para brindarmos. para quem não sabe o “limoncello” é um licor de limão que, basicamente, tem na sua composição limão, açúcar e muito álcool. tanto álcool que apesar de ser guardado no congelador (deve beber-se assim bem gelado mesmo) nunca congela. è uma bebida tipicamente italiana e esta sempre presente nos bons restaurantes italianos, portanto se querem saber se um restaurante italiano é bom ou não, perguntem se tem “limoncello” ;)
terminado o jantar e já meias zonzas (o raio do licor bate mesmo forte) fomos para minha casa pois já não estávamos em grandes condições de ir para lado algum. ao chegarmos a “su” volta a surpreender-me retirando da mala dela um novo embrulho. toma amiga, este guardei para te entregar em casa, sei como és com os embrulhos ;)
o quê? mais? abre vá! no papel de embrulho estava escrito apenas: “toda a mulher de 30 deve ter um”. abri rapidamente o embrulho pois não consigo mesmo conter a minha curiosidade.
era
um
vibrador
um vibrador “realistic” (como dizia na caixa) de dimensões bastante “avantajadas” e vinha acompanhado de uns pacotes de lubrificante que diziam “for complete pleasure”. confesso que fiquei meio aparvalhada com tamanha oferta.
ela sentiu isso e perguntou se não tinha gostado ou se a tinha ofendido de alguma forma. claro que não, só não estava à espera ;) rimos.
vai lá por o que te dei, quero ver como te fica – disse a “su”. o quê? o vibrador? perguntei eu no gozo ;) não, o body primeiro, o vibrador também posso ver mas experimentas depois ;) responde ela como sempre nunca se deixando ficar atrás.
e lá fui eu, despir-me e vestir-me para a passagem de modelos em lingerie a ter lugar na “passerelle” da minha sala entre o sofá e a mesa de centro.
uau diz ela assobiando em seguida. se eu fosse homem não me escapavas. e sendo mulher, escapo?
com esta até ela se admirou, realmente eu estava com uma tiradas fortíssimas já parecia “ela”. mas após alguns segundos para engolir o “sapo” faltava a resposta da ordem – hum, realmente, não sei se escapas não! ;) rimos que nem duas loucas, o que, bem vistas as coisas, até somos.
depois da passagem de modelos e já eu ia pronta para me por em trajes mais “decentes” diz ela – agora falta o outro! qual outro? estas a gozar? não, não estou. quero ver como te ficam as prendas que te dei.
mas estás mesmo a falar a sério? achas que vou agora experimentar o vibrador aqui e agora, na tua frente. porquê, tens vergonha é? nunca pensei, depois de tudo o que já passamos. não, não é nada disso, só que, sei lá, nem sei bem como usar isso. ah, então é isso, precisas de ajuda. mas quanto a isso não há problema, sabes quem que eu te ajudo sempre.
fiquei meio “bloqueada” com a resposta mas como sempre o meu espírito aventureiro é mais do que despertado pela “su” e pelos seus constantes devaneios.
mas olha lá, e tu sabes usar isto? – perguntei eu. claro, achas que não tenho um? tens? claro, como te disse, todas as mulheres de 30 têm que ter um, o meu já tenho desde o ano passado ;) então vá, ensina-me! mas ensina-me bem senão tenho que te estar sempre a pedir para me ajudares cada vez que o quiser usar ;) espera aí que eu já te atendo – diz ela.
limpou o vibrador com umas toalhitas desinfectantes e foi pondo o lubrificante enquanto eu me deitava no sofá. tirei as cuequinha e diz-me logo ela – é lá, podias ter avisado que estavas assim tão excitada que escusava de gastar tanto lubrificante ;) cala-te! vais-me enviar essa coisa ou não? não precisas de pedir mais vezes, toma lá. e não é que a parvinha me mete aquilo tudo assim quase a sangue-frio e de uma só estocada. até vi estrelas. foda-se! não exageres! assim rebentas-me com a “ratinha” toda. então, não estavas com pressa? só fiz o que me pediste ;)
vá, ok, sem brincadeiras, vamos lá agora por isto em condições. à medida que ia movimentando o vibrador dentro de mim as sensações eram engraçadas, o lubrificante que ela pôs dava uma sensação de calor que não esperava, confesso que estava à espera de sentir algo frio e impessoal mas a sensação de suavidade e calor até que era bem interessante. ok, diz ela, agora vem a melhor parte. então porquê, que é que vais fazer? disse logo eu meio em pânico. calma, não te preocupes, vou só ligar aqui a coisa, isto chama-se vibrador por alguma coisa, certo?
pois era, estava a desfrutar tanto do calor e suavidade que nem me lembrei que não sentia vibração alguma. ligou e a primeira sensação foi arrepiante, parecia que tinha ligado uma “epilady” dentro de mim, mas ela acalmou-me e mandou-me relaxar, retirou o aparelho de dentro de mim e começou a massajar-me os lábios da ratinha com a vibração, a sensação melhorou, mas confesso que o barulho me fazia alguma confusão, ao chegar ao clítoris deu-se a explosão, aquela sensação de vibração parecia que me dava micro-choques eléctricos que me faziam saltar num misto de prazer e cócegas, senti-me extremamente molhada depois disso e ela voltou a enfiar o vibrador dentro de mim e desta vez executava movimentos mais amplos e profundos à medida que a sentia aumentar também a intensidade da vibração. não era igual a ter sexo com um homem nem nada parecido mas confesso que estava a ter mais prazer com aquilo do que esperava.
passados alguns minutos comecei a ter uma espécie de pequenos orgasmos consecutivos como pequenas réplicas antecipando o que ai vinha, a grande erupção, e que grande orgasmo tive eu, agarrei-lhe os braços com força (até lhe vinquei as unhas) e vim-me de uma forma brutal durante largos segundos, até porque ela não tirava o vibrador de dentro de mim e quanto mais me contraia com o orgasmo mais o sentia vibrar e era como um ciclo vicioso que parecia não ter fim. não consegui aguentar aquela sensação muito mais tempo e mandei-a parar. estava exausta, tinha tido um orgasmo incrivelmente longo e que me havia deixado quase ko.
recuperei por alguns segundos e ouvi a “su”, então, que tal é a prenda? óptima! respondi de imediato, só não sei se vai funcionar sempre assim. se precisares de umas dicas ou de uma mãozinha, já sabes ;)
e tu? não queres testar a máquina? hoje não posso amiga, estou naqueles dias, mas não rejeito o convite, guardo-o apenas para daqui a mais uns dias, pode ser? ;)
sempre que quiseres amiga, sempre que quiseres.